Certa vez, em uma revista automotiva, lia-se que os
carros bicombustíveis, vulgarmente chamados de flex (flexibles), não possuem a melhor taxa de consumo possível para a
gasolina, nem o melhor desempenho possível para o etanol, pois a necessidade de
atender a mais de um tipo de combustível obriga o projeto de motores a ter
desempenho intermediário. Da mesma forma, as abordagens diferentes quanto aos
contextos de risco a serem gerenciados impedem a adoção de um único padrão de
gestão, na sua plenitude, o que nos remete a um modelo intermediário que
absorve o melhor de cada proposta, sem ser uma solução definitiva. Esta obra
não se propõe a resolver todos os problemas do mundo, mas se este é o seu
desejo a resposta é ainda mais fácil: “42”
(ADAMS, p. 465). A proposta aqui apresentada considera que “...Nem o talento, por maior que seja, poderá
dispensar-se de qualquer método; nem o método, por mais perfeito que seja,
poderá suprir o talento. Contudo, se for preciso escolher, deverá preferir-se
um pouco menos de talento com um pouco mais de método” (do “Discurso do
Método” de Renè Descartes).
A
leitura atenta do COSO-ERM (Committee of
Sponsoring of The Treadway Commission – Enterprise Risk Management) nos
direciona a pensar em controle interno e alinhamento estratégico na busca da
maximização do valor aos clientes e acionistas. Um mergulho nos domínios de
conhecimento sobre gestão de riscos propostos pelo Risk IT-ISACA (The Risk IT Framework), baseado no framework de gestão COBIT, reflete uma
filosofia norteadora voltada aos gerentes sênior e aplicada aos projetos de
Tecnologia da Informação. Os processos de Gerenciamento de Riscos propostos
pelo PMBOK (Project Management Base of
Knowledge Guide) são orientados ao gerenciamento de grandes projetos, com
pouca ênfase na maturidade. O “Orange Book” (The Orange Book Management of Risk – Principles and Concepts),
publicado pelo HM Treasury do Governo Britânico trata o gerenciamento de forma
abrangente e simples, mas transparece sua vertente governamental ao focar no
resultado para o cidadão em detrimento do controle. As práticas propostas no
método VaR (Value at Risk) requerem: uma moeda; um intervalo de tempo e
uma probabilidade com que a perda será percebida, sendo voltado a avaliar o
risco em operações financeiras. Roubo e incêndio são, sem devaneios teóricos,
“Risco Puro”.
A ABNT ISO 31000:2009,
iniciativa brasileira de normatização, alinhada com normas internacionais, tais
como AS/NZS 4360:2004, ARMS-2002, ISO 20000:2005 (partes 1 e 2), ISO/IEC
27005:2008, OHSAS 18.0001 e ISO 14000 é necessariamente abstrata, incorporando
pouca orientação prática, no entanto encontramos na Cláusula 4 uma interessante
definição dos componentes necessários à um framework
voltado ao gerenciamento de risco.
Não esgotadas as fontes
de pesquisa e normatização quanto aos propósitos, domínios, processos e
informações componentes de uma estrutura de gerenciamento de riscos, busca-se
neste trabalho consolidar o melhor de cada abordagem de risco (corporativo,
projeto, processo, financeiro ou risco puro) e fornecer modelos, na
consolidação de uma ferramenta de gerenciamento de risco eficaz.
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Visão Geral |
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Estágio de Iniciação |
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Estagio de planejamento |
Ref. ADAMS, Douglas. The ultimate hitchhiker's guide – Complete & unabridged. New York. Wings Books,1996.
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